AB Valley Wines
A convite de Rui Pires, no final de Novembro, a Enoversa esteve em Amarante para conhecer as instalações da AB Valley Wines e conversar mais acerca deste projecto recente.
Criada em 2016, a partir de uma parceria entre António Sousa e Bernardo Lencastre, a AB Valley Wines tinha como principal objectivo exportar os vinhos produzidos (a primeira colheita é de 2016). Há cerca de um ano, Rui juntou-se à equipa e o sucesso é notório visto que os vinhos já se encontram em 14 países. No nosso país, o acordo recente com a distribuidora Vinicom dará aos portugueses a oportunidade de provarem as inovações e experiências desta equipa.
Utilizando castas autóctones da região dos Vinhos Verdes, António Sousa, o responsável pela enologia, pretende demonstrar todo o potencial da região através de um portefólio que em 2018 contará com uma (ainda mais) vasta lista de referências. A gama A irá apresentar quatro vinhos monocastas: Alvarinho, Arinto, Avesso e Azal. Importa ainda mencionar que para demonstrar todo o potencial dos Vinhos Verdes, as uvas provêm de diferentes terroirs: Valença, perto da Serra do Marão, Marco de Canaveses, Baião.
Por outro lado, a gama B irá contar com dois vinhos: além do Avesso B, um Alvarinho com estágio em barricas. E a C deliciar-nos-á com um colheita tardia de Alvarinho (uvas afectadas pela botrytis cinerea). Mas, nas palavras de Rui Pires, “a AB não é uma empresa de vinho, é um sistema de inovação”. Ora disso não temos dúvidas, e a confirmação dá-se na prática. Pois além dos vinhos já mencionados, o portefólio da empresa contará com o Superior Branco (vinho branco seco feito a partir do blend de castas), um vinho rosé (a colheita de 2016 tem Vinhão e Touriga Nacional) e outras loucuras, como um vinho tinto com estágio em barricas, um espumante Avesso ou um vinho branco feito a partir de Vinhão.
Além de visitarmos os novíssimos equipamentos e instalações, pudemos (com)provar in loco todas estas experiências. Acompanhados pelo Rui, passámos parte da manhã a provar as colheitas de 2017 directamente das cubas. Bons aromas e estrutura deixaram-nos com expectativas muito altas para o ano que se avizinha.
Terminámos a visita com uma ida às vinhas da Casa de Vila Nova, de onde provêm algumas das uvas dos vinhos AB Valley. A paisagem é belíssima, com a presença das cores outonais, o chão repleto de folhas e o vislumbre de uma ou outra uva muito madura. Apesar de estarmos no final de Novembro, o sol queima e a falta de chuva sente-se nas videiras.
Resta-nos, portanto, esperar que a chuva apareça com mais frequência para que o António, o Bernardo e o Rui possam obter a melhor matéria-prima possível e continuar este percurso criativo, trazendo-nos (quiçá em 2019) ainda mais surpresas.
*Para consultar as notas de prova dos vinhos AB Valley provados por nós, carregar aqui.